Uma furtiva lágrima

Uma furtiva lágrima / Una furtiva lágrima

Biografía / Memorias , 2019

Record

Páginas 320

Em Uma furtiva lágrima, Nélida Piñon vale-se mais uma vez de sua fina capacidade de costurar reminiscências. Sua família de imigrantes possibilitou a vivência simultânea do imaginário galego espanhol e do brasileiro, habilitando a autora a frequentar o cânone e as grandes civilizações de duas culturas muito ricas desde o começo da vida.

Desde sempre escrevendo sem pausa, Nélida nunca se habituou ao “terro baldio da literatura da vida”. Diante de um diagnóstico pessimista e acima de tudo cruel e ameaçador, conquanto equivocado, viu-se planejando os próximos passos como quem delineia o esqueleto de um livro. De início, os planos eram um diário para anotar essa nova fase, mas as lembranças a levaram a essas reflexões poéticas da realidade, entremeadas ao rico repertório de referências da autora e dotadas de domínio pleno da linguagem e uma costura de camadas de leituras possíveis, em uma aliança entre o texto e o leitor.

Se a certeza da morte iminente leva a uma grande metamorfose, talvez a maior pela qual uma pessoa pode passar, o veredicto levou Nélida Piñon a compreender sua própria trajetória, a condição de escritora, a relação com a finitude, a condição de um epílogo da vida.

Com extraordinário talento para narrar suas experiências e rara habilidade para sublinhar os sabores dos detalhes, Nélida Piñon é escritora para quem a morte, domada, é personagem; para quem o veredito da morte, projetado, é diagnóstico para resistir e superar. Uma obra de autoficção e memórias, Uma furtiva lágrima valoriza e redimensiona os limites formais da literatura.

«[…] Literatura pura, auténtica, íntegra, hecha a partir del amor a la palabra, a la vocación, al arte, a la belleza y a la creación.» Mario Vargas Llosa

«Con la fuerza de su imaginación, tiene la capacidad de expresar literalmente los sueños de todo Brasil o incluso de toda la gran familia latinoamericana.» New York Times Book Review

«Nélida escribe con libertad y vigor, dando forma a breves testimonios en los que exalta la existencia física y las experiencias subjetivas, en un enfrentamiento continuo con la finitud. […] Una dicción íntima, narrada con elegancia y delicadeza, aunque sus frases transmiten potencia y magnetismo. Sérgio Tavares. O Glovo

«La autora construye una obra porosa, entrelazando varios géneros textuales: la autobiografía, el ensayo, la prosa de ficción y la poesía. De ello resulta un texto ligero pero consistente.» Folha de São Paulo

Una furtiva lágrima provoca el deseo, como quería Borges, de pergeñar su reseña solo con citas del texto.” Nadal Suau, El Cultural