A hora da estrela
Novela , 1977
Rocco
Páginas 88
A hora da estrela faz quarenta anos. Nenhum outro livro de Clarice Lispector contribuiu mais para a popularidade da escritora junto ao grande público. Adotada em escolas, vestibulares e universidades, é a obra dela que mais vende e foi levada ao cinema em 1985 com direção de Suzana Amaral. Um pequeno milagre para um volume de pouco mais de 80 páginas, mas que consegue reunir todos os fios de uma escrita única, com a força da linguagem aliando-se a aspectos sociais, ao trágico da vida e, ao mesmo tempo, ao cômico. Uma obra de arte universal que marcou a despedida de Clarice. Para lembrar a data redonda, a Rocco preparou uma edição comemorativa. Além do texto original, contém 16 páginas com a reprodução dos manuscritos da autora. A apresentação da escritora Paloma Vidal é uma crônica-ensaio sobre o processo de descoberta desses esboços, anotações, bilhetes, folhas soltas que se transformariam no livro e foram escritas, com letra desenhada e nervosa, até no verso de talões de cheque.
Lançada pouco antes de sua morte em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice. Na Dedicatória do Autor, um pequeno texto que introduz a história propriamente dita, a autora dedica a obra e ela própria à música de Schumann, Beethoven, Bach, Chopin, Stravinsky, Richard Strauss, Debussy, Marlos Nobre, Prokofiev, Carl Orff, Schönberg e outros "que em mim atingiram zonas assustadoramente inesperadas".