A maçã no escuro

A maçã no escuro

Novela , 1961

Rocco

Páginas 336

Seriam os atos do homem, às vezes os mais cruéis, necessários para elevá-lo à condição de imagem e razão? Em A maçã no escuro, Clarice Lispector faz crer que sim, transformando o atordoado Martim em um novo homem após ter supostamente assassinado a mulher. Fugindo do crime, Martim acaba descobrindo-se como homem, desprezando os antigos valores estabelecidos em sua vida. Na corrida por uma nova existência, ele se revela numa outra condição. Sua fuga, em vez de isolá-lo, remonta à criação do homem, de um novo ser surgido do nada. A narrativa, próxima da criação bíblica, em vez de julgar os personagens culpados ou inocentes, faz deles aprendizes do mundo, onde cada etapa funciona como uma gênese de um ser recém-criado.

Mas é a natureza, com a qual Martim passa a conviver de forma mais acentuada ao chegar à fazenda de Vitória, que se transforma em pano de fundo da diferenciação e da combinação entre o homem e o animal, das atitudes racionais contra os atos impensados. No contato com a dona da fazenda, sua prima viúva Ermelinda e a cozinheira mulata, Martim se envolve não numa relação de antítese entre homem e mulher, mas na descoberta de pessoas complementares e ambíguas, dominantes e dominadas que invertem seus papéis a todo momento.

‘This existential epic of a desperate criminal … stands among Lispector’s finest and most enigmatic achievements.’ Publishers Weekly

‘[A] mind-bending, metaphysical novel of the psyche. … What makes this novel so continually surprising is Lispector’s unflinching fascination with the minute and sensual qualities of being alive. Perfect and mysterious.’ Max Gray, The Chicago Review of Books

‘An experimental novel about becoming, existing, and being remade: seductive.’ Kirkus Reviews

‘What in other hands might make for the premise behind a noir novel, Clarice Lispector uses to explore metaphysical questions of being, of existence expressed in a coiling language in which concrete nouns torque into abstract conceptions pushing sense to the limits of coherence…The Apple in the Dark represents Lispector at the height of her creative powers.’ Tom Bowden, The Book Beat

‘[Lispector weaves] a scant storyline out of dense and iridescent metaphysical description in a structural style she would later perfect: a narrative thin in exterior movements but pregnant with interior vibration, where the climax, though deliberately put off, reaches a well-earned catharsis when it finally arrives. … The Apple in the Dark introduces [her style] in its purist, unfiltered form. … In preserving Lispector’s idiosyncrasies, Moser shows the luster of her occult brilliance.’ Helen Ruby Hill, The Rumpus

‘May we all, after reading The Apple in the Dark, ‘stand in the calm profundity of the mystery.’ Carlos Valladares, Frieze